De acordo com o jornal The Age, o ponto (ou stop) 61, perto da Universidade La Trobe onde o corpo da jovem Aiia Maasarwe foi encontrado, é escuro, rodeado por árvores muito altas e próximo ao Parque Bundoora, um local famoso por reunir jovens adolescentes que costumam beber e fazer arruaça durante à noite.
“Já usou o tram 86? Ele vai para lugar nenhum, é no meio do nada. Nós estamos seguros na nossa cabine, mas às vezes temos que descer no fim da viagem para mudar os trilhos. Não tem ninguém ao redor,” contou uma motorista, que não quis ser identificada, ao jornal.
O estudante brasileiro Ricky Rocha pega o bonde todos os dias, para trabalho, estudos e lazer. Ele disse que já presenciou ‘milhões’ de episódios de pessoas ‘surtando’ sob efeitos de drogas nos trens da cidade.
“Já presenciei pessoas drogadas, já presenciei um rapaz se contorcendo, tendo alucinações, caindo no chão do bonde. E foi bem assustador porque já era tarde da noite e não tem uma segurança. Se ele ataca alguém ali do nada? A pessoa fica à mercê do ataque dele… Eu acho bem inseguro, bem assustador durante a noite,” disse Ricky.

Source: Flickr/vincentq CC BY-SA 2.0
“A polícia acha que a violência só acontece na sexta ou sábado à noite. Não é assim. Qualquer hora depois de ficar escuro, se torna perigoso,” contou um terceiro motorista.
O diretor executivo da PTV (Public Transport Victoria), Jeroen Weimar, confirmou que o bonde da Rota 86 foi equipado com CCTV. Ele disse que o governo estava discutindo com a Yarra Trams a possibilidade de aumentar a cobertura de CCTV na rede, já que menos de um terço dos bondes estão equipados com câmeras.
Em nota a imprensa, a ministra dos Transportes Públicos, Melissa Horne, disse que as paradas de bonde estão sendo progressivamente reformadas para melhorar a acessibilidade e a iluminação.
Suspeito do assassinato de Aiia Masarwee comparece ao tribunal
Codey Herrmann, suspeito do assassinato da estudante intercambista Aiia Maasarwe, compareceu a Corte dos Magistrados em Melbourne para sua segunda audiência desde que foi acusado de assassinato e estupro da jovem no dia 16 de janeiro.
Vestido com uma camiseta verde e calças pretas, o jovem aborígene de 20 anos, não falou nada e manteve as mãos nos bolsos e a cabeça baixa. Ele não fez aplicação para liberdade sob fiança.
O advogado da acusação Jonathan McCarthy pediu para que detalhes do assassinato e estupro da jovem sejam mantidos em sigilo até que a família seja informada.

Source: AAP
A família espera que o corpo da jovem seja liberado o mais rápido possível para iniciar o transporte de volta para Israel.
Aiia Maasarwe, de 21 anos, foi morta quando voltava para casa de um show de comédia, na quarta-feira, dia 16 de janeiro. A jovem teria sido brutalmente atacada após descer no ponto do bonde 86.